Gás de efeito estufa virou moeda: O mercado regulado do carbono
Nesta newsletter tratamos de como o gás de efeito estufa e o gás carbônico virou moeda e por que sua empresa precisa prestar atenção, nesta nova moeda, também conhecida como “mercado regulado do carbono”.
Na Europa, com o desenvolvimento do EU ETS – o Sistema de Comércio de Emissões da União Europeia., as emissões de gás de efeito estufa mudaram o cenário estratégico das empresas.
O assunto pode parecer distante, técnico ou complexo, mas ele já está batendo à porta de muitas empresas, mesmo das que nunca imaginaram lidar com carbono.
Como funciona na prática essa moeda na Europa?
EU ETS realizou um benchmarking com base no desempenhos das empresas que emitem menos gás de efeito estufa por tonelada produzida, setor por setor (é como se ela dissesse: “se os melhores conseguem, você também pode!”), e esse benchmark é alterado em ciclos.
Caso a autoridade ambiental nacional notifique a empresa, ela é obrigada a medir e reportar suas emissões de gases de efeito estufa todo ano para essas autoridade, sob pena de sanções que podem ser administrativas ou financeiras. Os relatórios precisam ser verificados por certificadoras independentes e emitidos até o dia 30 de abril do ano seguinte.
De acordo com a diretriz técnica, se a empresa ultrapassar essa cota de emissão por tonelada produzida durante o ano e não comprar créditos de carbono extras no mercado, paga do próprio bolso e a multa é pesada: 100 euros por tonelada de CO₂ que ficou além da sua cota.
Por outro lado, quem emite menos gás de efeito estufa pode vender esse excedente como um ativo econômico, os créditos de carbono.
Na Europa, emitir CO2 passou a ter custo financeiro; reduzir as emissões passou a gerar valor e, muitas vezes, receita, sentindo no caixa. Todo esse processo é conhecido como “mercado regulado de carbono”.
E no Brasil?
Por aqui, o tema está avançando. Na prática, isso significa que o Brasil está estruturando seu próprio mercado regulado de carbono com regras, limites de emissão e possibilidade de negociar permissões, assim como já acontece na Europa.
O movimento é claro: quem se antecipa, estará mais preparado quando as regras forem obrigatórias.
O mercado regulado brasileiro também exigirá a estrutura de monitoramento, relato e verificação dos Gases de Efeito Estufa, tal como o mercado europeu.
Que tipo de empresa é você?
Na Qualiexpert, temos visto quatro perfis bem distintos no mercado e talvez você se identifique com um deles:
O Surpreendido
Totalmente disperso ao tema de emissão de gás de efeito estufa, mudanças climáticas e não colocou o carbono na estratégia da empresa. Foi surpreendido por exigências de clientes, cadeias globais ou pressões do mercado.
O que pode fazer agora: Começar do zero, com apoio técnico. O primeiro passo é medir suas emissões de gás de efeito estufa. Isso vai trazer clareza sobre riscos e oportunidades, e ajudar a evitar perdas futuras de mercado ou por reputação não ambiental..
O Iniciante Desperto
Reconhece a importância do tema, mas ainda está dando os primeiros passos. Talvez tenha feito um inventário de emissões de GEE piloto com calculadoras online ou iniciado discussões internas de conscientização sobre o tema com a Diretoria.
O que pode fazer agora: Organizar as informações, estruturar os dados e garantir que o inventário esteja conforme as normas de referência do setor, como a ISO 14064-1
O Preparado Estratégico
Já mede emissões, tem alguma governança climática e está atento à regulação nacional e internacional. Para ele, o momento é de consolidar a estratégia e garantir compliance.
O que pode fazer agora: Melhorar o sistema de gestão de informações de gás de efeito estufa, realizar auditorias internas periodicamente, integrar o tema ao sistema de gestão certificado e implementar melhorias nas reduções das emissões.
O Navegador Pioneiro
Já tem inventário de emissões, metas de redução, governança estratégica para carbono e participa de iniciativas liderando o setor. Está pronto para se posicionar no mercado regulado, negociar créditos e influenciar políticas. Para esse perfil, o mercado é uma oportunidade de ampliar liderança.
O que pode fazer agora: Aproveitar a frente conquistada para influenciar políticas, gerar receita com créditos de carbono e se posicionar como referência líder no setor
Ficar atento é uma forma de se proteger
O carbono já deixou de ser apenas um indicador ambiental e passou a influenciar decisões estratégicas e de negócio.
Por isso, entender em qual estágio sua organização está é o primeiro passo para agir. No jogo do carbono, quem se antecipa transforma risco em vantagem.
Entender suas emissões de gás de efeito estufa, mesmo que seja um primeiro passo simples, pode fazer toda a diferença no futuro.
Mais do que cumprir regras, é sobre manter a empresa relevante, competitiva e preparada para um mundo que está mudando rápido.